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Crise faz consumidor fugir do crediário

Consultas aos SCPs e SCPC caem no 1º quadrimestre.

Fonte: Diário do ComércioTags: crise

Os quatro primeiros meses deste ano foram marcados por uma queda acentuada no movimento do varejo em todo o Brasil, especialmente em relação às vendas de bens de maior valor. Os dados reunidos pelos Serviços de Proteção ao Crédito (SPCs) e pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), levantados em um total de 2.118 municípios do País, mostram que as consultas aos sistemas apresentaram queda de 13,9% na comparação com igual período do ano passado.

 

O desempenho ruim é atribuído aos efeitos da crise financeira mundial, que diminuiu a confiança do consumidor e reduziu a disponibilidade de financiamento no mercado. Vale lembrar que os SPCs/SCPC são parâmetros do desempenho das compras a prazo, geralmente as de maior valor. Com o aumento da dificuldade para conseguir financiar as compras e com o receio do comprador de gastar, a tendência de redução nas consultas aos sistemas de proteção ao crédito é considerada natural.

Para Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), os resultados, decorrentes da escassez de crédito, não devem interferir na confiança e na capacidade de o empresário brasileiro enfrentar os problemas neste momento. "As atuais condições econômicas e financeiras do País nos ajudarão a vencer os obstáculos impostos pela crise", disse.

O desempenho do Estado de São Paulo no primeiro quadrimestre foi semelhante ao do País, auferindo queda de 13,8% nas consultas, em comparação a igual período de 2008. Na capital paulista a queda foi menor, ficando em 10,6% nos quatro primeiros meses do ano. De acordo com Emílio Alfieri, economista do Instituto Gastão Vidigal, da ACSP, o melhor desempenho da capital é explicado pelo fato de seus moradores terem melhor renda per capita, em relação à maioria das cidades brasileiras. "Com mais recursos, a população paulistana teve uma margem de conforto maior para consumir nos primeiros meses deste ano. Mas a tendência é de o nível do consumo se equipare em todas as localidades com o passar do tempo."

Agravante – O desempenho negativo no quadrimestre foi acentuado pelo desempenho de abril. Nesse mês, a queda de consultas aos sistemas de proteção ao crédito do País foi de 18%, na comparação com abril de 2008. Dessa vez, o resultado nacional foi melhor do que o verificado no Estado de São Paulo (-20,2%) e na capital paulista (-19,1%). Para Alfieri, essa inversão ocorreu porque "o grande número de feriados de abril provocou êxodo dos consumidores paulistanos para o interior, litoral e outros estados".

Para 2009, o economista da ACSP acredita que ocorrerá uma melhora gradativa, lastreada por possíveis quedas na taxa de juros (Selic), pelas desonerações – como as do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, material de construção e linha branca –, além do estímulo ao consumo proporcionado pelas promoções do varejo.

 

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